Jornalismo: carreira, formação e mercado de trabalho
- Maria Fernanda Alves

- 15 de ago.
- 3 min de leitura
O jornalismo é a profissão dedicada à apuração, investigação e divulgação de informações de interesse público.
O jornalista coleta, verifica e apresenta fatos por meio de diferentes meios de comunicação, como televisão, rádio, jornais, revistas, sites e redes sociais.
Esse profissional pode atuar de forma generalista ou especializado em nichos, como o jornalismo esportivo, voltado à cobertura do universo dos esportes. Com a transformação digital, o campo também se expandiu para blogs, podcasts e produção de conteúdo multimídia.
O jornalista desempenha um papel central na democracia, ao garantir o direito à informação, promovendo debates e defendendo a liberdade de imprensa e de expressão.
Formação acadêmica em Jornalismo
O curso de Bacharelado em Jornalismo dura, em média, quatro anos (oito semestres), podendo chegar a seis anos no prazo máximo. A carga horária mínima exigida pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) é de 3.000 horas.
O objetivo é unir teoria e prática da comunicação, desenvolvendo competências para apurar e transformar fatos em conteúdos jornalísticos claros e confiáveis.
Disciplinas comuns na graduação
Entre as matérias mais comuns estão:
Linguagem jornalística para diferentes mídias;
Técnicas de apuração e investigação com fontes seguras;
Teoria e prática da comunicação;
Ética e legislação jornalística;
Webjornalismo (blogs, sites e podcasts);
Radiojornalismo e telejornalismo;
Fotojornalismo;
Assessoria de imprensa e comunicação corporativa;
Plataformas digitais e novas tecnologias.
Além disso, o curso pode incluir estágio e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) — mesmo quando não obrigatórios, são altamente recomendados para vivência prática.
Habilidades essenciais para o jornalista
O sucesso na profissão vai além do domínio técnico. O jornalista precisa cultivar habilidades como:
Comunicação clara e objetiva;
Pesquisa e apuração rigorosa;
Pensamento crítico;
Ética e responsabilidade social;
Adaptabilidade a novas tecnologias;
Criatividade e storytelling;
Empatia e inteligência emocional;
Conhecimento multimídia (texto, áudio, vídeo, imagem);
Networking para ampliar contatos e oportunidades.
O profissional moderno é multimídia, adaptável e com forte senso crítico — características fundamentais para se manter relevante no mercado.
Áreas de atuação
O jornalista pode trabalhar em diferentes formatos e veículos, como:
Jornalismo impresso (jornais e revistas);
Jornalismo digital (portais de notícias, redes sociais);
Radiojornalismo;
Telejornalismo;
Fotojornalismo;
Jornalismo investigativo;
Assessoria de imprensa e comunicação corporativa;
Jornalismo esportivo;
Produção de conteúdo para novas mídias (vídeos, podcasts, newsletters).
A diversidade de áreas exige flexibilidade para atuar em múltiplos formatos e se adaptar às transformações do setor.
Mercado de trabalho
O mercado formal enfrenta desafios, com queda de vagas em redações tradicionais, mas áreas como rádio, TV, assessoria de imprensa e produção digital seguem crescendo.
Entre janeiro de 2023 e agosto de 2024, houve redução de 962 vagas formais, mas cargos como repórter de rádio e TV (+66) e assessor de imprensa (+44) registraram aumento. Já editores e revisores foram os mais afetados.
Salário médio do jornalista
O salário varia conforme região, porte da empresa e experiência:
Grande empresa: de R$ 3.195 (trainee) a R$ 7.800 (sênior/master).
Média empresa: de R$ 2.457 a R$ 6.000.
Pequena empresa: de R$ 1.890 a R$ 4.615.
A média nacional é de R$ 8.607, mas há grande desigualdade regional — no Distrito Federal, o valor chega a R$ 19.371, enquanto na Bahia fica em torno de R$ 3.731.
Registro profissional
Para atuar oficialmente*, é necessário obter o registro profissional (DRT) junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O processo exige diploma, documentos pessoais, fotos e taxas específicas.
*Observação importante: No Brasil, não é obrigatório ter formação superior em Jornalismo para atuar na área porque o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em 2009, que a exigência de diploma para o exercício da profissão era inconstitucional. Isso significa que qualquer pessoa pode trabalhar como jornalista, desde que seja contratada por um veículo de comunicação. No entanto, o diploma continua sendo altamente valorizado no mercado, pois garante conhecimento técnico, domínio das normas éticas da profissão, habilidades práticas em redação, apuração e edição, além de ampliar as chances de conquistar boas oportunidades e cargos mais qualificados.
Educação continuada
Com as constantes mudanças no setor, o jornalista precisa investir em educação continuada: cursos livres, especializações e pós-graduação. Isso mantém o currículo atualizado, amplia habilidades e fortalece o networking.

Apesar dos desafios do mercado, há espaço para quem se atualiza, diversifica formatos e domina as ferramentas digitais.
Se você se identifica com essa missão e quer construir uma carreira relevante, comece planejando seu caminho agora.
Fontes consultadas: Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional de Educação, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Agência Brasil, Supremo Tribunal Federal (STF), Câmara dos Deputados, Gazeta do Povo, Catho, Guia da Carreira, Quero Bolsa, Exame e sites oficiais de universidades brasileiras.




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